Acredite nos Sinais

Amanhã, dia 12, recomeçam as aulas na linda da UnB. Depois de um bom período de descanso, voltaremos a ativa, e tornaremos a batalhar intensamente por nossos interesses acadêmicos. Agora a tarde lembrei-me de uma experiência que tive logo no meu primeiro dia de aula, ano passado. E é isso que gostaria de compartilhar aqui hoje. Como cristãos nós sabemos que dentro do ambiente acadêmico diariamente somos postos diante de situações e circunstâncias que batem de frente com nossa fé e princípios. Desde as aulas até as conversas informais com nossos colegas. E eu, durante o trajeto até a universidade naquele dia, estava um tanto quanto preocupada com o que aconteceria comigo ali. Tinha ouvido muitas coisas de várias pessoas, muitos avisos, conselhos e todas essas coisas que são boas, mas que de tanto falarem fazem com que você acabe ficando preocupado com a sua reação em cada momento. Dentro do ônibus eu começava a ler mais um dos livros da série "As Crônicas de Nárnia" de C.S. Lewis. Eu amo falar sobre como essa série é uma benção de Deus na minha vida. Cada livro tem uma mensagem bíblica maravilhosa, mensagens que te inspiram a buscar mais a Deus, a ler mais sua bíblia, a procurar mais transformação na cruz de Cristo (em outro post eu falo mais sobre C.S. Lewis e sua série de livros maravilhosa ;D). O livro em questão era A Cadeira de Prata, o sexto e penúltimo livro da coletânea. Resumindo a história, dois personagens de nosso mundo retornam a Nárnia com a missão de encontrar um príncipe que fora sequestrado a muito tempo cujo pai, o Rei Caspian, já está velhinho e prestes a morrer. O capítulo que eu lia enquanto dirigia-me a faculdade explanava exatamente sobre uma conversa que Aslam (o leão que na história representa Jesus) tem com Jill, uma das encarregadas da missão. Ele lhe dá uma série de instruções, de sinais que ela deveria seguir para completar seu encargo. A garotinha ouve atentamente, repete algumas vezes, com o auxílio de Aslam, o que lhe foi dito. Em um momento ela se sente segura, confiante que tudo vai dar certo, que vai ser fácil cumprir o que lhe foi proposto até que o Leão chama sua atenção gentilmente e lhe diz:

"Antes de tudo, lembre-se dos sinais! Repita-os ao amanhecer, antes de dormir e, caso acordar, durante a noite. Por mais estranhos que sejam os acontecimentos, de maneira alguma deixe de obedecer aos sinais. Em segundo lugar, aviso-a de que falei, aqui na montanha, com a maior clareza: não o farei sempre em Nárnia. O ar aqui na montanha é limpo, e aqui o seu espirito também é limpo; em Nárnia, o ar será mais pesado. Cuidado para que o ar pesado não confunda seu espírito. Os sinais que aprendeu aqui surgirão sob formas bem diferentes aos depará-los lá. É importantíssimo conhece-los de cor e desconfiar das aparências. Lembre-se dos sinais, acredite nos sinais."

Bem, acredito que você já entendeu mais ou menos como foi essa minha experiência. Estava lá eu, indo para o meu primeiro dia de aula na universidade carregando uma mala de expectativa, sonhos, fé, esperança, vontade de ver Deus fazer coisas grandes, mas dentro dessa mala, em um compartimento escondido, também tinha uma porção de medo e insegurança. E aí enquanto eu orava e lia o livro me deparei com esse trecho. Foi um daqueles momentos peculiares da leitura em que você para e pensa "Cara, preciso refletir sobre isso". Na verdade o que eu pensei foi "Uau, Deus acabou de falar comigo por esse livro".

Alguns dias antes eu tinha participado de um retiro da igreja durante o carnaval. E foi um período maravilhoso. Deus fez coisas grandiosas comigo durante aqueles dias, tive respostas e a presença dele naquele lugar era palpável em tudo e em todos os momentos. As pessoas ali tinham o mesmo foco, a mesma visão, foram quatro dias sem lembrar dos problemas, dos medos e todas as coisas ruins. Era como o leão descreve o momento em que Jill está na montanha. O acampamento foi o meu momento naquela montanha. Quando voltei para casa as coisas não estavam todas diferentes, pelo contrário, mas eu tinha voltado mudada. Acontece que estar em um lugar no qual todos passam pela mesma transformação, pelo mesmo arrependimento que você passa é uma coisa. Outra é você voltar para casa, para sua vida, suas atividades normais e continuar tendo as mesmas atitudes, os mesmos pensamentos, a mesma fé e intimidade que teve durante os tempos passados. Continuar tendo é o ideal e é o que Deus quer que façamos. Mas não é o mais fácil. Temos a terrível tendência de nos concentrarmos sempre em nós mesmos e nas circunstâncias desfavoráveis a nós do nosso dia-a-dia ao invés de nos concentrarmos plenamente em Cristo (Cuidado para que o ar pesado não confunda seu espírito). O Leão fala " falei, aqui na montanha, com a maior clareza: não o farei sempre em Nárnia". O fato de não ouvirmos a voz de Deus em todo tempo (na montanha ou fora da montanha) não se deve a uma certo silêncio da parte dEle. Ele está sempre falando. O problema é que nem sempre estamos ouvindo. Diariamente milhares de vozes sussurram em nossos ouvidos e, por falta de intimidade, não conseguimos dar ouvido a única que realmente é digna de atenção, a de Jesus. Consequentemente falhamos, esmorecemos, nos abalamos, perdemos tempo. Perdemos tempo porque não nos lembramos dos sinais, esquecemos das instruções que nos foram dadas, das promessas que Deus nos fez por meio da sua palavra, não as repetimos em todo tempo, não buscamos delas lembrar em todos os momentos. Nossos trabalhos acadêmicos, nossas outras atividades seculares pouco a pouco nos fazem esquecer. Naquele momento eu não pensava muito nisso, mas Deus sabia que poderia acontecer então ele me diz: "É importantíssimo conhece-los de cor e desconfiar das aparências. Lembre-se dos sinais, acredite nos sinais".

Lindinhos que estão a ler esse texto, preciso dizer que foi impactante ler esse trecho em tal momento. Deus sabia o que eu iria enfrentar, sabia que eu poderia me perder em meio a tantas coisas diferentes e aparentemente bonitas. Então Ele disse: "Acredite nos sinais". Acreditar nas promessas de Papai é uma das coisas mais difíceis de se fazer quando o cenário em questão dita uma realidade diferente. Mas Deus diz: "Continue acreditando". E eu te digo a mesma coisa hoje: CONTINUE ACREDITANDO. E não só isso, mas lute também para ouvir mais instruções, para sentir mais intensamente a presença do Espirito Santo. Volte para sua escola, para sua universidade e busque ser tudo aquilo que Deus quer que você seja. É difícil andar na contramão do mundo, mas como um velho sábio disse uma vez "Uma coisa morta pode seguir a correnteza mas somente uma coisa viva pode contrariá-la."

Contrarie.

Que Jesus nos dê forças.

Dayane F. S. ^^